Boa tarde, caros leitores! Antes de
mais nada, não fizemos nenhuma postagem na semana passada por conta de alguns
probleminhas técnicos que ocorreram, mas agora já está tudo resolvido!Como é
digo na ultima postagem realizada, nossa comporta ficou pronta e muito linda!
Babamos mesmo o nosso projeto pronto! Mas, faltou pontuar algumas coisinhas
para vocês, afinal, nosso projeto não possui apenas a parte física.
Com relação ao revestimento utilizado -
um dos pontos mais importantes do nosso projeto - nos foi doado o
revestimento ARC S4+ da Chesterton
– Global Solutions Local Services. Este
revestimento é um tipo de resina epóxi modificada feita para reagir com um
agente de cura de amina cicloalifática modificada. É resistente a produtos
químicos concentrados e a meios com alto grau corrosivo, possui uma boa
estabilidade térmica e uma alta densidade de reticulação, tem alta resistência
adesiva e é livre de isocianatos. No mercado este revestimento tem alto custo e
não é visto como boa opção para revestir comportas em tamanhos reais. Por conta
disso, indica-se fazer uso de revestimento com zinco (zincagem) ou fosfatização
que se caracterização pelo baixo custo e alta qualidade, tanto na
aplicabilidade quanto na proteção anticorrosiva.
Comporta finalizada. |
Uma amostra da chapa de aço carbono foi
imersa em uma vasilha contendo água salgada durante duas semanas, com o intuito
de demonstrar a eficácia do revestimento utilizado neste trabalho. Observou-se
que a parte da amostra que não havia uma proteção anticorrosiva sofreu
oxidação.
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O aço SAE 1040 em contato com o
oxigênio presente na água e no ar se oxidou e desta reação surgiu uma
ferrugem que deteriorou aos poucos o material original. Em meio com baixo teor
de oxigênio, o hidróxido ferroso sofre a seguinte transformação:
3Fe(OH)2 " Fe3O4 + 2H2O + H2
Onde Fe3O4 foi o composto que atribuiu a
coloração preta na peça, no qual pode ser observado na imagem abaixo.
Amostra após processo de oxidação. |
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Já na parcela da amostra que foi
aplicada um revestimento polimérico não houve a formação de ferrugem, pois o
revestimento criou uma barreira entre a peça do aço carbono e o meio corrosivo
e, consequentemente, inibiu ou minimizou o processo de corrosão.
As forças hidrostáticas são
determinadas de acordo com os níveis de água, fixados segundo a operação do
reservatório ou canal onde a comporta se localize, com o liquido totalmente em
repouso. Isso se encaixa neste projeto, pois já que o fluido é estático e está
sendo reservado num tipo de dique, não sendo transportado por tubos, não há
nenhum tipo de turbulência. Como se trata de uma comporta, e esta possui
paredes, é possível constatar a não uniformidade na pressão distribuída. Em uma
superfície plana, as forças hidrostáticas formam um sistema de forças
paralelas, sendo necessário determinar a intensidade e o ponto onde às mesmas
estão atuando (centro de pressão).
Os ensaios mecânicos e tecnológicos são
utilizados para a determinação das propriedades dos materiais. Eles visão não
apenas medir suas propriedades, mas também obter dados comparativos entre eles,
estabelecer a influencia das condições de fabricação nestes materiais e
determinar a adequação do material para o emprego desejado. Para que o resultado
de um ensaio possa refletir, com a máxima fidelidade, o comportamento e
propriedades de um material é preciso que sejam observadas normas,
especificações e padronizações tomadas como referencias em sua execução .
Para este projeto foram feitos ensaios
de flexão, tração e impacto para analisar o comportamento do aço carbono 1040
na aplicação do mesmo numa comporta de acionamento manual. Foram realizados
também cálculos de momento de inércia, tensão máxima, torção entre outros que
serão apresentados posteriormente. Estes são dados de suma importância para
definir se o material utilizado para construir a comporta irá resistir aos
esforços mecânicos empregados no mesmo.
Com base nos resultados obtidos no
ensaio de impacto podemos dizer que nosso material resiste ao um energia
de impacto media de 240,4 J/cm². Já no ensaio de resistência à tração foi
possível concluir que trata-se realmente de um material dúctil, com deformação
media de 24,17%, onde o mesmo resiste a uma tensão máxima de 529,2 MPa e modulo
de 10520 MPa, com tensão de escoamento de 332,3 MPa.
Com base nos cálculos mecânicos
realizados, obtivemos uma tensão máxima equivalente a 1,057MPa, o que nos
indica que a resistência que o material pode sofrer é alta. Obtivemos também
uma força minima de 74,5N, ou seja, a força que deve ser aplicada no volante
para abrir a comporta deve estar acima desse valor. Por fim, estimamos a
facilidade com a qual nossa comporta poderia encurvar, e obtivemos um valor de
esbeltez igual a 52,53 (admensional), indicando um pilar de esbeltez médio, que
se encaixa nos resultados esperados.
Já os cálculos hidrostáticos nos
apresentaram os seguintes valores: força resultante, ou seja, a força que passa
na linha de ação do centro de pressão e que irá pressionar a comporta igual a
50,03N, e um centro de pressão y'=0,1333m.
Simulação dos resultados calculados para força resultante e centro de pressão. |
Para o cálculo de vazão, é necessário
calcular a velocidade de saída do fluido na abertura da comporta, para isso
vamos considerar uma abertura máxima de 0,12m. A velocidade no topo ( ) do
fluido é considerada desprezível, por ser praticamente igual a 0 m/s. As
pressões no topo do fluido e na saída pela comporta ( e )
considera-se igual por ser tratar do mesmo fluido (água). A velocidade na saída
da comporta é igual a 1,49m/s com uma vazão de aproximadamente 0,0227m³/s.
Por fim, recomendamos a utilização
de um revestimento anticorrosivo de qualidade e de baixo custo é algo a ser
melhorado, já que o revestimento utilizado, apesar de ser um dos melhores do
mercado, tem um custo muito alto, não sendo viável sua aplicação em comportas
reais. Indica-se, para isto, um revestimento de zinco ou fosfatização. É
possível também colocar um indicador de volume no dique, sendo este por sensor
(CLP) ou uma sirene que será acionada por uma haste que irá subir à medida que
o volume do dique subir, até chegar num ponto máximo que é quando a sirene é
acionada. Desta forma a operação torna-se mais segura.
A apresentação para aceite e avaliação
por uma bancada do nosso projeto será no próximo dia 10/12. Estamos confiantes
que o nosso cliente irá gostar dos resultados que obtivemos! Este foi nosso
ultimo Projeto, e nós da Verde Engenharia agradecemos muito a cada um de
vocês, leitores, que acompanharam desde o nosso primeiro projeto, lá, onde
trabalhamos com materiais cerâmicos. Trabalhamos com os 4 tipos de materiais
principais: cerâmicas, compósitos, polímeros e por fim, os metais.
Provavelmente nós só teremos um novo projeto daqui a 6 meses ou 1 ano, mas se
pudermos compartilha-lo com vocês, faremos com gosto! Obrigada!
Até Breve!