sábado, 25 de abril de 2015

Construção do Biodigestor Anaeróbico: materiais e dificuldades

A equipe Verde Engenharia começou nessa semana a construção do biodigestor, onde nos baseamos no trabalho desenvolvido por Hugo Metz que trata sobre a construção de um biodigestor caseiro para demonstração de produção de biogás e biofertilizante em escolas situadas em meios urbanos.Como já mencionado anteriormente, um dos requisitos para a produção do biodigestor é a utilização de materiais selecionados de forma a serem alternativos e devem possuir forte caráter sustentável. Desta forma procurou-se utilizar materiais que fossem facilmente encontrados com os custos relativamente baixos e montagem simples.

Os materiais utilizados foram:
·      Bombona plástica de 250 litros
·      1 flange PVC de Ø 20 mm
·      2 flanges PVC de Ø 25 mm
·      1 válvula esfera PVC soldável de Ø 20 mm
·      1 válvula esfera PVC roscada de Ø 20 mm
·      1 cotovelo 90º PVC de Ø 20 mm
·      1 cotovelo 90º PVC de Ø 25 mm
·      1 adaptador PVC soldável de Ø 20 mm
·      4 adaptadores PVC soldável de Ø 25 mm
·      1 adaptador PVC fêmea roscado de Ø 20 mm
·      1 tê 90º PVC soldável de Ø 20 mm
·      2 tês 90º PVC soldável de Ø 25 mm
·      1 cruzeta galvanizada de Ø ¾”
·      1 união soldável PVC de Ø 20 mm
·      1 niple duplo PVC com rosca de Ø 25 mm
·      1 tubo PVC de Ø 20 mm
·      1 tubo PVC de Ø 25 mm
·      4m mangueira transparente de Ø 1/8”
·      2 espigões de Ø 1/8”
·      2 caps PVC de Ø 25 mm
·      4 chapas de aço galvanizado (50x80mm)
·      1 cola para tubos PVC
·      1 cola de silicone


Figura1. Conexões de PVC

Inicialmente, a equipe encontrou dificuldade para cortar a tampa da bombona, onde o corte foi realizado com uma esmerilhadeira. Logo depois, o problema encontrado foi na soldagem da tampa da bombona, pois a bombona utilizada não estava conforme a sugestão do projeto inicial. Visto que a vedação é importante para criar um ambiente anaeróbio - sem a presença de oxigênio - onde os micro-organismos degradam o material orgânico, transformando-o em biogás e biofertilizante. E por fim, outra dificuldade que apareceu foi em conseguir uma ferramenta que possibilitasse fazer o furo necessário para implantação do dreno, com isso, utilizamos um serra copo para realizar o corte.

Figura 2. Processo de corte

Contudo, já fizemos a trocar da bombona e em breve divulgaremos mais informações sobre a construção do biodigestor.

 Até breve!

sábado, 18 de abril de 2015

Definição do tipo de matéria orgânica e critérios para escolha

A nossa equipe Verde Engenharia começou essa semana os ensaios térmicos que estão sendo realizados nas matérias orgânicas e posteriormente serão detalhados com as informações dos ensaios. Mas antes disso nossa equipe vem sanar dúvidas que algumas pessoas podem ter como por exemplo: ''O que é a matéria orgânica?" "Porque usar a matéria orgânica?".
Para responder perguntas como essas, vamos entender primeiro o conceito de matéria orgânica.
Matéria orgânica são os restos, dos seres vivos (plantas, animais, etc). Também é matéria que deriva do que em algum momento foi um organismo vivo. É matéria decomposta ou em decomposição, composta essencialmente de compostos de carbono. Para que se forme matéria orgânica, o carbono se associa ao oxigênio e ao hidrogênio. Por vezes, outros elementos podem se associar aos compostos de carbono, como enxofre ou glicose. O húmus é uma parte dos elementos não-vivos da matéria orgânica. Os elementos vivos, cerca de 3% da matéria orgânica, são provenientes das raízes de plantas, minhocas, formigas, ácaros, bactérias e fungos. Os outros 94% são de elementos não-vivos como restos de plantas em diferentes estágios de decomposição e húmus. É dela que os seres vivos obtêm alimento. Outro nome que pode ser dado a matéria orgânica é húmus.
Tendo esse conhecimento podemos entrar no assunto da biodigestão ou digestão anaeróbica. 
A biodigestão ou digestão anaeróbia é um processo pelo qual  bactérias anaeróbias (que se desenvolvem em ambientes sem de oxigênio), através da fermentação, transformam matéria orgânica (restos de plantas, dejetos de animais, restos de alimentos e efluentes das indústrias) em biogás (metano e gás carbônico) e fertilizantes.
Essa é a função do nosso biodigestor: deixar um sistema o mais perfeito possível para que ocorra essa fermentação nas condições "exigidas" pelas bactérias anaeróbicas.



Então, entende-se a necessidade da matéria orgânica para alimentar o biodigestor. O cliente da nossa equipe é a Cantina do Senai Cimatec, na qual não se encontram animais, e como o intuito do projeto é ser biosustentável, atendendo a necessidade especifica do cliente, não faria sentido coletarmos dejetos de animais fora da Cantina para alimentar o biodigestor. Com isso nosso projeto visa reaproveitar os restos de alimentos descartados diariamente pela Cantina. Alimentos esses como: cascas de mamão, cascas de banana, quiabo, pepino, manga, abacaxi, alface, etc.


Os ensaios térmicos que estão sendo realizados são justamente dentre outras utilidades, para analisar a quantidade de oxigênio existente em cada alimento, para analisar por cálculos, quais tipos de alimentos vão ser fermentados mais rápido e quais podem "prejudicar" o funcionamento do biodigestor com intuito de melhor aproveitamento possível do nosso projeto.

Em breve estaremos dando mais noticias do andamento do nosso projeto.

Até breve!

sábado, 11 de abril de 2015

Caracterização de Materiais


Após pesquisas feitas através de bibliografias e da escolha dos materiais que se aplicaria na construção do biodigestor, a empresa Verde Engenharia passou para a fase de análise e confiabilidade, em busca de segurança e informações íntegras dos materiais a serem utilizados no projeto.
A avaliação das propriedades dos materiais depende muito da solicitação e a que circunstâncias serão submetidos. Por isso, tornou-se necessário fazer analise e caracterização dos materiais, visando encontrar uma estimativa do desempenho de vida útil dos mesmos e até mesmo identificar e minimizar as possibilidades de degradação e falhas indesejáveis durante a utilização do produto final (Biodigestor Anaeróbico).
Entendendo que o comportamento mecânico de um material depende do resultado de sua resposta referente a deformação, a carga ou força a que é submetido, foi feito primeiramente ensaios destrutivos de Tração, Flexão e Impacto nos principais materiais escolhidos para compor o projeto do biodigestor: Polietileno de Alta Densidade (PEAD); Policloreto de Vinila (PVC) e posteriormente Teste de densidade nos mesmos.
Este processo de medição das propriedades mecânicas foi realizado através de experimentos feitos no laboratório de Ensaios mecânicos do SENAI CIMATEC, onde foi possível colher alguns dados iniciais.

ENSAIO DESTRUTIVOS

FLEXÃO

Ensaio de flexão consiste na aplicação de uma carga crescente em determinado ponto de uma barra até que ela sofra deformação a uma determinada tensão.

  • Policloreto de Vinila (PVC)
Utilizamos um equipamento onde o teste foi montado na versão com elevação ajustável, precisando setar o equipamento com o auxilio do cutelo, fazendo com que o mesmo se limite a uma tensão pré estabelecida pelo operador, parando de fletir e imprimindo os resultados em um gráfico.
Desta forma foram ensaiados cinco corpos de prova confeccionado a partir de uma tubo de 25 mm de diâmetro, 280 mm de comprimento, a uma velocidade 10mm/min.
Para suprir as necessidades desse teste, se fez necessário desenvolver um suporte para os corpos de prova, pois, o aplicador da carga que apresenta um mecanismo com mola que se ajusta a superfície não é adequado para um corpo de prova cilíndrico, com isso o aplicador da carga poderia ficar posicionado de maneira inadequada, fazendo com que no momento da aplicação da carga, o tubo deslizasse sobre o suporte padrão e escapasse da maquina com uma certa velocidade que poderia oferecer perigo aos operadores da maquina.
Aplicou-se uma carga no centro dos corpos de prova e ao final do ensaio foi constatado que acima de certa tensão, o material começou a se deformar plasticamente, ocorrendo a deformação permanente, contudo, os corpos de prova mantiveram a força de aplicação em um valor estabilizado até o fim de curso da máquina. Pode-se observar esse comportamento no teste impresso no gráfico que relaciona tensão x deformação presente na Figura 03.
 
Figura 01 – Maquina para ensaio de flexão
Figura 02 – Ensaio de Flexão
Figura 03 - Gráfico mostrando o comportamento Dúctil
  • Polietileno de Alta Densidade (PEAD)
A bombona do biodigestor que tem como matéria prima o Polietileno de Alta Densidade não sofrerá nenhum tipo de esforço que venha fleti-lo ou dobrá-lo, portanto, não houve a necessidade de fazer o ensaio de flexão no PEAD.

TRAÇÃO


O ensaio de tração consiste basicamente na aplicação de uma força no material (corpos de prova padronizados por normas técnicas), onde os mesmos são fixados numa maquina de ensaios que aplica esforços crescentes, tendendo a alongá-lo até sua ruptura. 
  • Policloreto de Vinila (PVC)
Não houve condições de realizar no laboratório de ensaios mecânicos do SENAI CIMATEC os ensaios de tração, pois as máquinas da instituição não tem condições especificas que possam promover o ensaio para o tubo de PVC.  A máquina que comporta polímeros não tem garra para prender o tubo e a máquina de tração para metal possui restrição para esse ensaio porque a célula de carga tem alto limite de resistência e proporcionalmente tem baixa sensibilidade para detectar as propriedades.
Com essa fragilidade, resolvemos utilizar os dados oriundos de outros artigos científicos com mesmas características de propriedades.
  • Polietileno de Alta Densidade (PEAD)
A bombona que tem como matéria prima o Polietileno de Alta Densidade, não sofrerá nenhum esforço que venha a alongá-la ou esticá-la até à sua ruptura, portanto, não houve necessidade de fazer o ensaio de tração no PEAD.

IMPACTO

O ensaio de impacto consiste em submeter um corpo de prova a uma flexão provocada por um martelo pendular, com a intenção de determinar o nível de energia utilizada na deformação e ruptura do corpo de prova.
  • Policloreto de Vinila (PVC)
Não foi possível utilizar a máquina para ensaio de impacto com pendulo no PVC, pois a mesma estava sem memoria, ficando assim inutilizada, mas, de acordo com a coordenação do laboratório de ensaios mecânicos do SENAI CIMATEC, já que íamos utilizar um tubo rígido poderíamos fazer por um método alternativo, que foi basicamente fixar um tubo no chão com dois pesos circulares e jogar um peso de 5kg no tubo, a uma determinada altura. Foi observado através desse método alternativo, que a força exercida pelo peso jogado, não foi suficiente para deformar plasticamente o material, não havendo descontinuidade, portanto, constamos que o tubo tem uma boa resistência ao impacto. 

Figura 04 – Ensaio de Impacto
  • Polietileno de Alta Densidade (PEAD)
Neste ensaio foram empregados corpos de prova de Polietileno de Alta Densidade com entalhe: 2 mm e dimensões conforme mostrado na Tabela 01, submetidos através da máquina de impacto instrumentada tipo Charpy,  provida de um martelo que liberou uma energia de 2,7J em uma Angulação de 150 graus, a uma Energia do ar de 0,06J.
ENERGIA DO ROMPIMENTO ABSOLUTA (desprezando o ar) = ENERGIA ROMPIMENTO – ENERGIA DO AR
RESISTÊNCIA DO MATERIAL DA ENERGIA (KJ/m²) = ENERGIA DE ROMPIMENTO / ÁREA (largura sem o entalhe, ou seja, menos 2 mm x espessura) 
 

Tabela 01- Ensaio de Impacto PEAD
MÉDIA DAS RESISTÊNCIAS: 0,4472 KJ/m²

MÉDIA DA ENERGIA ABOLUTA: 1,356 J

TESTE DE DENSIDADE 


Figura 05 – Teste de densidade


  • Policloreto de Vinila (PVC)
Cálculo de empuxo
PVC: 1,16 a 1,35 g/cm³
Usou água destilada, pois tem uma densidade menor (0,09997g/cm³)


Tabela 02 – Teste de Densidade no PVC
  • Polietileno de Alta Densidade (PEAD)
Cálculo de empuxo
PEAD: 0,91 a 0,94 g/cm³

Usou Álcool Etílico, pois tem a densidade menor que da água (0,789g/cm³)
Teste de densidade a 24,4 C


Tabela 03 – Teste de Densidade PEAD
No intuito de obter mais informações sobre os materiais a serem utilizado na confecção do biodigestor anaeróbico e podendo trazer mais confiabilidade ao sistema do projeto, a Verde Engenharia continua a fazer nas próximas semanas analises sobre ensaios e testes.

Até breve!