Um dos requisitos que a Equipe Verde Engenharia deverá cumprir é o da realização de um tratamento de prevenção da corrosão no material metálico escolhido para a passarela. Diante de diversas alternativas existentes, uma das escolhas foi a galvanização.
A galvanização
Devido à problemática da
corrosão afetar as estruturas de aço e ferro, causando uma grande perda desses
materiais, o químico francês J.P. Malouin apresentou ao mundo, em 1742, o
primeiro processo de galvanização.
Segundo Gentil (1994), a
corrosão tem acarretado no cotidiano uma série de problemas, seja na construção
civil, nos rompimentos de adutoras de água, nas explosões de caldeiras, nos
automóveis etc. A corrosão pode ser definida como a deterioração de um
material, geralmente metálico, por ação química ou eletroquímica do meio
ambiente, aliada ou não a esforços mecânicos.
O processo de galvanização
consiste no recobrimento de aços com uma camada de zinco hexagonal ou de suas
ligas, principalmente de ferro-zinco (ROBERGE, 1999; USIMINAS, 1981). O
revestimento com zinco prolonga a vida útil dos produtos que utilizam esta
proteção, contribuindo para a conservação dos recursos naturais, como minério
de ferro e energia. Os aços revestidos com zinco vêm sendo utilizados há mais
de cem anos, sendo expostos a diversos ambientes corrosivos.
Figura. Mecanismo
de proteção da camada de zinco aplicada sobre peças de aço.
Fonte:
http://www.lmc.ep.usp.br/people/valdir/pef5736/corrosao/PROTE%C3%87%C3%83OCORROS%C3%83O.html
Segundo Paranhos (2010), o zinco possui maior
potencial de oxidação que o ferro. Portanto, quando ambos forem colocados em
meio eletrolítico, o zinco atuará como ânodo e o ferro como cátodo. De maneira
geral, essa é a característica usada para prevenção à corrosão das estruturas
de aço por meio do zinco. Caso a barreira de zinco mantenha-se contínua, a
mesma evitará que o oxigênio e a água entre em contato com o aço, inibindo,
portanto, a sua oxidação.
A galvanização permite, ainda, que as estruturas
revestidas possam ser pintadas, dando maior resistência à corrosão às mesmas,
pois a barreira de tinta retarda a reação do zinco com o meio (STRAVOS, 1987).
Existem dois processos diferenciados para a produção
dos aços galvanizados: a eletrogalvanização ou galvanização eletrolítica, e a
galvanização por imersão a quente. O processo de eletrogalvanização ocorre a
frio. A estrutura de aço é submetida a uma temperatura de 50°C, durante a
deposição do zinco. Durante a prática, o zinco é transferido de um ânodo para a
chapa de aço carregada negativamente. Utiliza-se equipamentos eletrointensivos
e aplica a camada de zinco em apenas uma das faces da chapa de aço, de modo que
se possa controlar a espessura do revestimento. Essa prática garante à estrutura a manutenção
de suas propriedades mecânicas (PARANHOS, 2010). Já a galvanização por imersão
a quente consiste na passagem da peça de aço por um banho de zinco fundido,
revestindo ambas as faces da chapa. Esse banho é feito à temperatura de 460°C e
o zinco adere à
superfície do aço por meio da formação de uma camada de liga Fe-Zn, sobre a
qual aplica-se uma camada de zinco puro quando a peça é retirada do banho.
Estrutura de ferro sendo galvanizada por imersão a quente.
Fonte: http://www.infoescola.com/quimica/galvanizacao/
Sequenciamento do processo de produção do aço eletrogalvanizado.
Fonte:
http://www.usiminas.com/wp-content/themes/usiminas/assets/images/bg4-eletrogalvanizados.png
A SUSTENTABILIDADE DA GALVANIZAÇÃO
O processo de galvanização é
uma atividade altamente sustentável e ecológica por diversos fatores. Segundo o
Portal da Galvanização, estima-se que os custos com corrosão representem cerca
de 4% do PIB das nações industrializadas. A galvanização garante, ao material
revestido, uma maior durabilidade em diversos ambientes e, consequentemente, o
consumo de aço e ferro. O zinco, material utilizado no processo, tem 30% de seu
consumo no mundo proveniente de fontes recicladas.
O aço galvanizado é aplicado
em várias áreas, como a produção de automóveis, placas de sinalização de ruas,
tubulações, ferragens, construções civis, dentre outros. Essa aplicabilidade
mostra a sua importância para a fabricação/construção de diversos produtos, que
demandam uma grande quantidade de matérias-primas.
É preciso levar em
consideração diversos fatores antes da aplicação da galvanização, tais como a
categoria de corrosividade do ambiente; custo inicial de aplicação do
revestimento por peça; vida do revestimento antes de qualquer manutenção; custo
da manutenção do revestimento; custos da paralisação para se efetuar a
manutenção.
Portanto, a análise desses
fatores junto a esta atividade, além de diminuir o consumo das matérias-primas
necessárias para sua fabricação, reduz ainda mais o impacto ambiental, pois sua produção, argumentam os defensores da tecnologia,
é racional em consumo de energia e, além disso, provoca baixa ou nenhuma
emissão de CO2 nos processos siderúrgicos mais modernos.
REFERÊNCIAS
Disponível em:
<http://www.lmc.ep.usp.br/people/valdir/pef5736/corrosao/PROTE%C3%87%C3%83OCORROS%C3%83O.html>.
Acesso em: 23 nov. 2016.
Disponível em:
<http://www.icz.org.br/portaldagalvanizacao/galvanizacao-sustentabilidade.php>.
Acesso
em: 23 nov. 2016.
Disponível em:
<http://www.icz.org.br/portaldagalvanizacao/galvanizacao-consideracoes-iniciais.php>.
Acesso em: 23 nov. 2016.
Disponível em:
<http://www.galvanizeit.org/hot-dip-galvanizing/what-is-hot-dip-galvanizing-hdg>.
Acesso em: 23 nov. 2016.
GENTIL,
V. Corrosão. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora, 1994
PARANHOS,
Paranhos, R. M. V. – AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À CORROSÃO ATMOSFÉRICA DE AÇOS
FOSFATIZADOS E PINTADOS PARA APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL.
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte
(2002).
ROBERGE, P. R. – Handbook of Corrosion
Engineering. THE Mc-GRAW-HILL COMPANIES. New York, pp, 1139, 1999.
STRAVOS, A. J., GAMBRELL,J.W., Hot dip coatings, Metals
Handbook, v.13, ed.9, p.432-445, 1987
USIMINAS,
suplemento 15, fev. 2000. Aços galvanizados, posição no Brasil e no mundo.
Atualidades siderúrgicas. Minas Gerais.